História da Santa Casa de Misericórdia de Sabará

Capitão Abreu Guimaraes

A história da Santa Casa de Sabará teve início quando o Capitão Antônio de Abreu Guimarães, português afortunado e considerado pelo povo de Sabará como seu grande benemérito, resolveu proporcionar a cidade recursos dignos para tratamento médico-hospitalar de doentes. Mais tarde, ao voltar para Portugal confiou a Ordem Terceira do Carmo de Sabará a importância de oitocentos mil réis e propriedades na Rua do Fogo (atual Rua Comendador Viana) para construção de um hospital.

Desde o século XVIII, antes do Capitão Abreu Guimarães, a Ordem Terceira do Carmo já mantinha um trabalho de assistência à pobreza e julgou muito pequeno o subsídio destinado à instalação e manutenção de um hospital. Além disso, considerava inadequadas as casas da Rua do Fogo, solicitando então, em 1809, ao Rei D. João VI do Brasil-Portugal e Algarves para se eximir de tão difícil incumbência, alegando a sua responsabilidade de acabamento da Igreja do Carmo.

Como os subsídios do Rei não chegavam, em 1812 os sabarenses resolveram se unir para instalar sem ajuda o seu hospital. A ajuda real só chegou em 1832.

Posteriormente, foi fundada a Irmandade da Misericórdia de Sabará pela Sociedade Pacificadora, Philantrópica e Defensora da Liberdade e Constituição, para substituir a Ordem Terceira do Carmo na direção do Hospital.

Em 1848, diante da situação precária que se instalou a administração decidiu não continuar a prestar socorros, uma vez que, além das dívidas, problemas básicos se instauram como, por exemplo, a condição deplorável das roupas de cama. Porém alguns sabarenses lutaram para que o hospital continuasse funcionando. Entre eles se encontram: Teutônio Rodrigues Dourado, que propôs um empréstimo para cobrir todas as despesas sem fixar prazo de ressarcimento; Barão de Sabará, Presidente da Irmandade da Misericórdia, que comprou as roupas necessárias e doze camas.

Sino

A história de Sabará, registrada no livro “Nas Ruas de Sabará”, da Profa. Lourdes Guerra Machado, lembra ainda os nomes do Dr. Anastácio Symphrônio de Abreu, médico, que fez doações de equipamentos médicos; Dr. Florisbela, proprietária de uma mina de ouro em Santa Rita, que ofereceu cinco ações do Teatro; Dr. Inácia Pires de Oliveira Horta, que ofereceu um sino e Dr. Francisca de Paula Vasconcelos que doou um resplendor de ouro, com o peso de dez oitavas e três quartos.

Outro momento importante ocorreu em 1853, quando foi criada a Sociedade de Beneficência das Senhoras Sabarenses, que pagavam mensalidades para as despesas necessárias ao hospital.

Em 1888 surgiram as primeiras ideias para a mudança da Santa Casa para outro edifício, que deveria ser construído em local apropriado. Então, em 1889, foram escolhidas terras do Hospício da Terra Santa para a construção do hospital.

A obra, administrada pelo Engenheiro, Dr. Lassance Cunha, em 1896, foi iniciada com recursos da venda do antigo casarão da Santa Casa na Rua do Fogo, e uma pequena poupança. Mesmo assim a Santa Casa teve de reduzir suas despesas e criar uma comissão de sabarenses para pedir auxílios em outras localidades.

Os trabalhos da construção entraram em ritmo acelerado. Contudo, um desentendimento surgido entre o Engenheiro e a Mesa fez parar a construção e, em 23 de dezembro de 1923, a Santa Casa teve que se transferir para o Largo da Matriz.

De 1923 a 1927, uma nova comissão reiniciou a construção do hospital no Morro da Intendência. Essa comissão, presidida pelo sabarense, médico e professor de medicina, Dr. Zoroastro Vianna Passos, com ajuda de diversos colaboradores e do Governo Estadual inaugurou, em 1928, o Hospital Abreu Guimarães.

Em 1946 a Belgo-Mineira criou a Maternidade Louis Ensch, que posteriormente foi anexada ao conjunto hospitalar da Santa Casa. A multinacional assumiu, praticamente, todas as despesas e toda a administração da Instituição e elevou o atendimento a um nível de excelência ainda reconhecido por todo sabarense.

hospitau abreu guimaraes

Em 1978, a Companhia Siderúrgica Belgo Mineira patrocinou uma reforma geral em todo o complexo hospitalar da Santa Casa (Maternidade Louis Ensch e Hospital Abreu Guimarães). Esta parceria foi mantida até fim dos anos 90. Com o término da parceria os investimentos feitos na Santa Casa diminuíram e o hospital entrou em decadência.

Via: https://sousabara.com.br/historia/santa-casa-da-misericordia-de-sabara-so-o-que-resta-e-a-historia/